Confiança do Empresário Industrial em Queda: O Que Está Por Trás e Como Reverter Esse Cenário
- Marcus Santyago
- 14 de ago.
- 4 min de leitura
Introdução: O termômetro que preocupa

Se a confiança do empresário industrial é o termômetro da saúde da indústria, a leitura mais recente mostra febre alta. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou quedas consecutivas nos últimos meses. Isso significa que, na percepção de quem vive o dia a dia do setor, o futuro próximo está cercado de incertezas.
Mais do que números, essa queda traduz uma postura mais cautelosa nas decisões de investimento, contratações e inovação. E o impacto é sentido de forma mais intensa nas pequenas indústrias, que enfrentam, além dos desafios internos, a concorrência crescente de produtos importados especialmente de origem asiática.
O que é o ICEI e por que ele importa no meio industrial
O ICEI mede a percepção e as expectativas dos empresários da indústria em relação à economia e aos negócios da própria empresa. É formado pela combinação de dois componentes:
Condições Atuais: como o empresário avalia o momento presente.
Expectativas Futuras: como ele projeta os próximos seis meses.
Um índice acima de 50 pontos indica confiança; abaixo, sinaliza falta de confiança. Embora seja apenas um dos diversos indicadores econômicos, o ICEI tem um peso simbólico e prático: ele reflete diretamente a disposição para investir, contratar e expandir.
A metodologia envolve entrevistas com empresários de diferentes portes e segmentos industriais, abrangendo desde grandes conglomerados até micro e pequenas empresas. Isso garante que o índice reflita tanto a realidade das multinacionais instaladas no Brasil quanto a das fábricas familiares espalhadas pelo interior.
Contexto recente: uma confiança abalada
Nos últimos 12 meses, o ICEI tem mostrado oscilações, mas a tendência recente é de queda. Entre as principais razões:
Juros altos: encarecem o crédito e reduzem a margem para investimentos.
Inflação persistente: corrói poder de compra e margens de lucro.
Câmbio instável: dificulta planejamento, especialmente para empresas exportadoras ou dependentes de insumos importados.
Concorrência internacional: aumento da entrada de produtos importados, com preços competitivos e, muitas vezes, condições fiscais mais favoráveis.
De acordo com a CNI, o ICEI nacional caiu de 54,5 pontos em janeiro para 47,8 pontos em julho de 2025, marcando o nível mais baixo desde 2020. Entre pequenas indústrias, a queda foi ainda maior, chegando a 45,2 pontos.

Causas estruturais e conjunturais
Podemos dividir as causas da queda da confiança em dois grandes blocos:
Estruturais:
Custo Brasil: burocracia, logística deficiente e carga tributária elevada.
Baixo investimento em inovação e tecnologia em comparação com países concorrentes.
Carência de mão de obra qualificada em determinados segmentos industriais.
Conjunturais:
Política monetária restritiva para conter a inflação.
Crises políticas que aumentam a incerteza regulatória.
Oscilações no comércio internacional e tensões geopolíticas.
As questões estruturais são mais complexas e exigem reformas de médio e longo prazo. Já os fatores conjunturais, embora temporários, podem ter efeito prolongado se não forem endereçados rapidamente.
Impactos na prática
A queda da confiança não é apenas um dado abstrato. Ela se traduz em ações concretas ou na falta delas:
Redução ou adiamento de investimentos em novas linhas de produção.
Menor contratação de mão de obra.
Postergamento de projetos de inovação.
Aumento da ociosidade industrial.
Em Joinville (SC), por exemplo, um polo metalmecânico importante, mais de 35% das empresas entrevistadas pela federação local afirmaram ter adiado investimentos previstos para 2025. Em Manaus, o polo de eletroeletrônicos registrou queda de 12% na produção no primeiro semestre.
Concorrência com importados: um desafio crescente
A abertura de mercados e a competitividade de países com custos de produção mais baixos colocam as indústrias brasileiras diante de um dilema: competir por preço ou apostar em diferenciação. Pequenas indústrias, com menor capacidade de investir em tecnologia ou marketing, ficam mais expostas.
Produtos asiáticos, por exemplo, chegam ao Brasil muitas vezes com preços imbatíveis, beneficiados por escalas de produção gigantescas, incentivos fiscais e cadeias logísticas otimizadas. Sem políticas industriais claras ou medidas de defesa comercial eficazes, a disputa se torna desigual.
Segundo dados do MDIC, as importações de produtos manufaturados cresceram 18% em volume no primeiro semestre de 2025, com destaque para setores como têxtil, eletrônicos e autopeças.

Estratégias para retomar a confiança
A retomada da confiança exige ação coordenada entre empresários, associações setoriais e governo. Algumas estratégias possíveis:
Internas às empresas:
Fortalecer a gestão financeira para aumentar resiliência.
Diversificar mercados, explorando nichos e exportações.
Investir gradualmente em automação e digitalização.
Apostar em diferenciação por qualidade, design e atendimento.
Coletivas:
Participação em associações para pressionar por políticas industriais consistentes.
Consórcios de exportação para ganhar escala.
Fortalecimento de cadeias produtivas regionais.
Governamentais:
Incentivos fiscais para modernização industrial.
Redução da burocracia e simplificação tributária.
Programas de capacitação de mão de obra.
O papel da inovação
Empresas que inovam tendem a resistir melhor a crises. Seja pela introdução de novos produtos, otimização de processos ou adoção de modelos de negócio mais flexíveis, a inovação amplia a competitividade e abre portas para novos mercados.
Mesmo em momentos de incerteza, investir de forma estratégica em inovação pode ser a chave para não apenas sobreviver, mas crescer. Casos de indústrias como a Metalúrgica Souza, que adotou manufatura aditiva para reduzir custos, e a TecnoPlast, que lançou uma linha de produtos sustentáveis para exportação, mostram que inovação e resiliência caminham juntas.

Conclusão: confiança como decisão estratégica
A confiança empresarial é medida em números, mas construída em decisões. Cada investimento, cada aposta em novos mercados ou produtos, contribui para mudar a percepção sobre o futuro.
Num cenário desafiador, a escolha de agir mesmo que de forma cautelosa pode ser o diferencial entre estagnar ou prosperar. O jogo da confiança é coletivo, mas começa dentro de cada empresa.
Reflexão final: E você, empresário, que leitura faz deste momento? Está esperando que o cenário melhore para agir ou já está construindo, hoje, o futuro que deseja para a sua indústria?



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